Dez mentiras sobre sadomasoquismo por Melissa Farley — Media Watch
1. Dor é prazer; humilhação é desfrutável; bondage é libertação.
2. Sadomasoquismo é amor e confiança, não dominação e aniquilação.
3. Sadomasoquismo não é racista nem antissemita mesmo quando a gente ´encena´ senhores de escravos e africanos escravizados, nazistas e judeus perseguidos.
4. Sadomasoquismo é consensual; ninguém se machuca se você não quer se machucado. Ninguém nunca morreu por ‘cenas’ sadomasoquistas.
5. Sadomasoquismo é apenas sobre sexo. Isso não se estende pro resto da relação.
6. Pornografia sadomasoquista não tem relação com a sociedade sadomasoquista em que vivemos. “Se isso te faz bem, vá em frente.” “Nós criamos nossa própria sexualidade.”
7. Lésbicas “no sadomasoquismo” são feministas, devotadas a mulheres, e uma comunidade apenas de mulheres. Pornografia lésbica é “por mulheres e para mulheres”.
8. Uma vez que lésbicas são superiores a homens, nós podemos “jogar/atuar” com sadomasoquismo numa forma libertária que heterossexuais não podem.
9. Atuar novamente o abuso o cura. Sadomasoquismo restaura (cura) injúrias emocionais vividas em assalto sexual da infância.
10. Sadomasoquismo é dissidência política. É progressivo e até “transgressivo” naquilo que quebra as regras da ideologia sexual dominante.
Embora formulada por seus atuais advogados como uma questão de libertação sexual, direitos de uma minoria, ou mesmo terapêutico, eu considero sadomasoquismo lésbico a ser primariamente uma questão de éticas feministas. Eu acredito que lésbicas que abraçam sadomasoquismo, seja teoricamente ou na prática, estão apoiando o sangue nutriz do patriarcado. “Os símbolos, linguagem e estilo das lésbicas-chiques sadomasoquistas são os símbolos, linguagem e estilo da supremacia masculina: violação, impiedade, intimidação, humilhação, força, ridicularização, consumismo.” (De Clarke, 1993).
Escolher sadomasoquismo, dada nossa opressão, é um ato de profunda deserção. As ideias sobre as quais estou escrevendo agora não são novas (por favor, veja as referências no final desse artigo), mas esperançosamente elas serão úteis como sumário que poderá ser usado por feministas, pra que vejam que muito do que sadomasoquistas clamam simplesmente não é a verdade.
Mentira #1: Dor é prazer; humilhação é desfrutável; bondage é libertação.
Isso é uma grande mentira. Parte da razão pela qual nós estamos vulneráveis a essa mentira é que muitas de nós fomos criadas em uma cultura em que noções religiosas de que punição é amor e sofrimento é redenção. Uma jovem conhecida que militava no time da tripulação me mostrou uma camiseta que dizia: “O que não me mata me fará mais forte.” Como mulheres nós somos ensinadas que amor é devoção, desprendimento de si a despeito da dor sofrida. Nós acreditamos que amor é dor porque nós continuamos nos machucando nele. Mulheres são ensinadas a não acreditarem em seu senso ou intuição. Nós somos ensinadas que dor, sofrimento e humilhação são desafios pelos quais devemos ansiar porque eles ensinam coisas importantes na vida. Depois disso, o que eles poderão fazer a nós, a que mais não podem eles nos ambientar? Nós aprendemos a “consentir” com subordinação, até nos tornarmos culturalmente subservientes a isso. Se correntes e uma coleira representam rebelião e “estar no controle,” então Madonna é nossa “rebelde” Barbie e Ted Bundy seu Ken. (from Morgan, 1993)
Mentira #2: Sadomasoquismo é amor e confiança, não dominação e aniquilação.
Sadomasoquismo tem a ver com aniquilação. Contrariamente à lenda popular de que sadomasoquismo expande a sexualidade de alguém, acredito que só restringe e em últimas consequências destrói um ser sexual. Subordinação, humilhação, e tortura são todos sinais de deliberadamente destruir o eu. Eu recentemente li um artigo sobre a forma que o patriarca do Texas, Koresh, juntava “sexo, violência, amor e medo” de forma a controlar os membros de seu culto. Essas técnicas não são novas; pessoas têm por muito tempo machucado umas às outras em nome do amor, religião e políticas. O sadomasoquismo lésbico de hoje em dia está todo vestido de uma nova roupagem: o figurino de uma “escolha de estilo de vida,” “minoria oprimida[/marginalizada],” “liberação sexual.” Apesar da violência que revira meu estômago, eu aprecio a honestidade de Jan Brown que dá recorte à retórica liberal sobre os prazeres do sadomasoquismo, e atinge o cerne da questão. Num artigo de Outlook, 1990, intitulado, “Sexo, Mentiras e Penetração, uma Butch finalmente ‘confessa’”, Brown escreve: “Sexo que é gentil, passivo, igualitário, não nos move. [Lembram-se quando nós] enfatizávamos a simples diferença entre fantasia e realidade? Bem, nós mentimos. O poder não é a habilidade de controlar uma imagem violenta. Ele está na volúpia de ser dominado, forçado, machucado, usado, objetificado. Nós nos masturbamos com o estuprador, Hell’s Angel, papai, o nazi, o policial. Nós sonhamos com o sangue de alguém nas nossas mãos, com risos e choros por piedade. Algumas vezes, nós queremos nos abdicar nas mãos do enforcador. Nós queremos ter liberdade pra ignorar o ‘não’ ou ter nosso próprio ‘não’ ignorado”.
Mentira #3: Sadomasoquismo não é racista nem antissemita, mesmo que nós “atuemos” como proprietários de escravos e africanos escravizados, nazis vs judeus perseguidos.
Meu silencio sobre sadomasoquismo lésbico terminou quando eu vi duas sadomasoquistas antissemitas num festival de mulheres. Uma das mulheres que vestia um yarmulke estava caminhando como um cachorro presa por uma coleira em seu pescoço, levada por uma mulher em “couros” nazistas. Quando eu protestei, a mulher em couro polidamente ouviu e concordou em remover sua própria insígnia nazista e yarmulke do sua cativa. Eu tive a impressão de que ela nunca sequer considerou as implicações políticas, isto é, o antissemitismo, da “cena” que ela estava atuando. Identificar-se como/com um/a nazi (seu uniforme), em qualquer contexto, é se identificar não somente como uma sadica sexualmente dominante, mas também como alguém que odeia judeus, alguém que quer que judeus sofram e sejam aniquilados. Mascarar-se como uma judia, (vestindo um yarmulke), presa a uma correia, não somente é se identificar como masoquista sexualmente submissa. É também abraçar a humilhação e a tortura dos judeus sob nazis e o antissemitismo: o judeu é aquele que se machuca, e aqui, veja como ela gosta disso. Alguns jornais gays liberais “censuram” anúncios da KKK, mas ainda publicam anúncios pessoais para leitores procurando por negros, ou latinos ou asiáticos escravos sexuais. Racismo parece ser mais aceitável a eles se este é erotizado. De alguma forma, se erotizada, a humilhação, sadismo e tortura do racismo e antissemitismo se tornam aceitáveis. Tortura sempre tem um componente sexual para isso. Se uma feminista radical desafiar o mesmo jornal na questão do sadomasoquismo, nós somos chamadas de “censuradoras.” Toda a questão de censura é usada pra intimidar-nos e silenciar diálogo crítico sobre sadomasoquismo.
Mentira #4: Sadomasoquismo é consensual; ninguém se machuca se você não quer ser machucado. Ninguém nunca morreu por ´cenas´ sadomasoquistas.
“Esse é o foco no desejo do bottom (submissa/o) que distingue sadomasoquismo de assalto.” (Califia, 1992) É de alguma forma OK consentir com a própria humilhação e vitimização de alguém? Eu não creio. Só porque nós “consentimos” à dominação ou abuso, não significa que esta não é opressiva. “Pode uma mulher que fugiu de um assalto sexual pelo seu pai e acabou fazendo programa por sobrevivência ter consentido? Pode uma mulher que aprendeu lições sexuais do incesto ter consentido com uma sexualidade na qual ela não obtém nenhum prazer uma vez que ela não possui poder?” (Cole, 1989) Uma sobrevivente de abuso ritual, tendo passado por sua própria Inquisição na infância, pode ter consentido quando ela re-atua tortura sexual na idade adulta, o que aciona suas memórias enquanto adulta? A habilidade de machucar com palavras não deveria ser subestimada. A injúria do estupro é trazida de novo pelas palavras, armas, que nos definem como objetos e que nos dizem que nós merecemos qualquer coisa que tomamos. O auto-ódio das mulheres resulta tanto de assaltos verbais como de físicos. Alguma forma de abuso verbal está envolvida na maior parte das cenas sadomasoquistas. Quando essas palavras viciosas são transportadas pra um contexto de excitação sexual, elas possuem um impacto poderoso. Palavras sexuais sádicas contribuem para a auto-depreciação da mulher. Sádicos falam da boca pra fora de consenso, ignoram os sistemas poderosos que criam desigualdade e tornam consenso significativo impossível. Nessa cultura nós não temos experiência de relacionamentos com igualdade de poder. “Não é o reconhecimento de todo o sadomasoquismo que ainda há em nossas psiques que entra em conflito com feminismo, o que nós temos um problema com é a falta de vontade de refletir seus significados políticos.“ ( Fritz, 1983) Violência extrema algumas vezes ocorre durante “jogos” sadomasoquistas. Eu fui informada de muitas instâncias onde palavras de “segurança” foram ignoradas durante a “cena” sadomasoquista. Eu também soube que mulheres já morreram durante atividades sadomasoquistas e que essas mortes somente são abafadas – elas não são amplamente reconhecidas.
Mentira #5: Sadomasoquismo é apenas sobre sexo. Isso não se estende pro resto da relação.
Sadomasoquismo tem tudo a ver com sexismo, racismo e classe no mundo real. É muito relacionado à auto-hostilidade internalizada. Uma membra da Samois escreveu:”Para ser um bom bottom [masoquista], para agradar minha amante, é um sentimento muito poderoso. As lições que aprendi na minha cama, elas podem levar a outros aspectos da minha vida e ver como isso me faz poderosa…para aproveitar cada momento do que eu estou fazendo.” (Linden et al., 1982) Eu vejo lésbicas abraçando a hierarquia de dominação/submissão que feministas gastaram suas vidas todas tentando eliminar nas relações heterossexuais. Assim como o racismo e antissemitismo são erotizados no sadomasoquismo, a dominação e sexismo em si mesmo são erotizados nas relações sadomasoquistas. O relacionamento sexual sádico estabelece o tom pro resto da relação. Submeter-se e desistir durante um desacordo, por exemplo, se torna um ato sexual. E a violência física real pode, e de fato ocorre, como natural extensão de desigualdade na relação sexual. Bater em alguém é usualmente um ato sádico. Assédio e estupro ocorrem em relacionamentos lésbicos – e eles são normalizados pelos modelos sexualmente dados. O sarcasmo coercitivo e dominante do sadista é algumas
vezes forçado pra dentro de nossas comunidades. Em 1988, eu postei uma notícia para uma oficina chamada “Os efeitos das práticas sexuais sadistas/violentas em não participantes: um grupo de suporte; fechado para participantes sadomasoquistas e advogadores.” Assim que um pequeno grupo de nós sentou no chão e começou a conversar, seis ou sete mulheres com chicotes vieram e ficaram, de braços cruzados, atrás de nós. Elas não disseram nada; a intenção de intimidar estava clara. Outro exemplo dos efeitos penetrantes do sadomasoquismo numa comunidade ocorreram em 1990, quando os organizadores de um largo festival de mulheres escreveram sobre como atividade sadomasoquista de algumas mulheres infringia no direito de outras mulheres de “se moverem livremente e seguramente sem medo e horror.”
Mentira #6: Pornografia sadomasoquista não tem relação com a sociedade sadomasoquista em que vivemos. “Se isso te faz bem, vá em frente.” “Nós criamos nossa própria sexualidade.”
Nós internalizamos fantasias sadomasoquistas porque esta é a sexualidade quenos foi empurrada pelas gargantas desde o dia em que nascemos. Como mulheres fomos criadas pra sermos as “bottoms:” lésbicas “bottoms” tendem a exceder “tops” [sádicas] de 10 pra 1. “O que te faz bem” é largamente construído pela opressão social: racismo, sexismo, classismo. Nós nascemos com uma sexualidade inata onde nenhum desses
elementos são aprendidos ou manipulados. Mesmo que muitos liberais, advogadores pró-pornografia neguem qualquer relação entre sadomasoquismo e a violência no resto da cultura, já não é mais possível descontar os efeitos causais da pornografia na violência contra mulher. Diana Russell recentemente publicou um sumário de pesquisa sobre as formas em que pornografia foi mostrada pra causar prejuízo às mulheres. (Russell, 1993) Eu acredito que seu argumento pode ser aplicado a pornografia lésbica exatamente da mesma forma: pornografia, seja hétero ou lésbica, promove desigualdade e erotiza os relacionamentos desiguais. Atualmente, assim como nossos hábitos de comer, sexualidade é completamente condicionável. Quando nós ensaiamos abuso sadista na fantasia, pornografia, e jogos sexuais, nós legitimamos sua autoridade em nossas mentes, e podemos acabar ajudando outras autoridades nas nossas vidas a manter-nos em sujeição de outras formas. Sadomasoquismo está por toda parte nessa cultura – só dê uma boa olhada no seu lugar de trabalho, sua família, sua igreja.
Mentira #7: Lésbicas “no sadomasoquismo” são feministas, devotadas a mulheres, euma comunidade só-mulheres. Pornografia lésbica é “por mulheres e para mulheres”.
Pat Califía disse que preferia estar fixada numa ilha deserta com um garoto masoquista do que com uma lésbica baunilha. Bottoms são vistos como “genéricos, trocáveis, e substituíveis.” (Califia, 1992) Califia está comprometida com a regra do sadista, não com qualquer preferência sexual particular.” Sexo definido como uma commodity/mercadoria [sadomasoquismo] leva ao mercado onde o gênero de uma prostituta e cliente é irrelevante comparado ao tipo e custos dos serviços providos.” (Clarke, 1993) Enquanto lésbicas que estão “no sadomasoquismo” definem a si mesmas como lésbicas, suas práticas sadomasoquistas são bissexuais. Eu não tenho nenhuma crítica política à bissexualidade – o que eu estou criticando é a postura sadomasoquista como sendo a de lésbicas devotadas da comunidade de mulheres. Pornografia pseudolésbica, isso é, fotos de mulheres que estão imitando comportamentos ´lesbianos’, tem sido um elemento favorecido na pornografia masculina heterossexual desde que esta foi primeiramente publicada. Ela vende. Apesar do fato de que esta é muitas vezes promovida como sendo de autoria e distribuída por e para mulheres, pornografia “lésbica” vende vorazmente a homens héteros.
Mentira #8: Uma vez que lésbicas são superiores a homens, nós podemos “performar” com sadomasoquismo numa forma libertária que heterossexuais estão impedidos.
Eu não penso que mulheres são biologicamente superiores a homens. De fato, eu vejo essa noção como perigosa e reacionária: “Anatomia é destino” não é exatamente uma ideia feminista. Atitudes e comportamentos sadistas e masoquistas entre lésbicas, de fato, são bom exemplo de como nós internalizamos ideias abusivas assim como todo mundo faz. Nós estamos seduzidas pela dominação masculina – porque nós vemos que é ali que poder reside. A gente ainda se ilude se pensarmos que é possível “encenar” o estuprador sem se tornar o estuprador.
Mentira #9: Re-atuar o abuso o cura. Sadomasoquismo restaura injúrias emocionais em assalto sexual da infância.
Isso é uma mentira e realmente me perturba. Uma grande porcentagem de mulheres “no sadomasoquismo” têm histórias de assalto sexual na infância, do que aquelas que não são participantes em sadomasoquismo. Mesmo assim, sadomasoquismo obscurece a verdadeira dor e abuso de mulheres. Como pode você dizer que a diferença entre “real” e “fingido” quando alguém tem flashbacks e se torna a criança de novo no meio da tortura sexual “consensual”? Algumas sentem um desejo intenso, até mesmo compulsivo em torno da aniquilação sexual que é expressa em atividade sadomasoquista que espelha o abuso sofrido quando crianças. A noção de que atuar o abuso é terapêutico e o elimina vem da teoria da catarse: faça isso uma vez, traga isso pra fora do seu sistema, então você vai sair dele. Não há evidência de que a catarse trabalhe como uma solução para conflito social ou psicológico, ainda assim essa teoria é usada pra racionalizar a disseminação de pornografia. Pornografia não parece ter servido como uma panela de pressão libertária para homens, fazendo assim com que mulheres se libertem do estupro. Ao contrário, pornografia parece ter funcionado como uma propaganda pró-estupro. Catarse sadomasoquista não parece recuperar o abuso de qualquer forma: uma mulher escreveu “depois de dezessete anos de [abuso sexual infantil], as lésbicas que conheci apenas queriam que eu fizesse mais do mesmo. Eu tive pesadelos e prejuízo de ambos.” (Anônima, 1990) Sadomasoquismo é a repetição, não a terapia, de abuso sexual infantil. Alguns sugeriram que sadomasoquismo pode atualmente ser psicologicamente viciante. Eu ouvi de mulheres descrevendo a si mesmas como estando “em recuperação do sadomasoquismo,” da mesma forma que elas falam de vício alcoólico. Talvez o vício físico a certos tipos de traumas
comece com complexas reações físicas para prolongar o abuso na infância, que é então revivido nos relacionamentos sadomasoquistas adultos.
Mentira #10. Sadomasoquismo é dissidência política. É progressivo e até “transgressivo” naquilo que quebra as regras da ideologia sexual dominante.
A postura de sádicas e masoquistas como “transgressiva” pode estar confundindo aqueles que não são familiarizados à teoria feminista. Por definição, o objetivo último do feminismo é acabar com sadomasoquismo. Nosso sistema é sadomasoquista ao seu extremo, como celebrar isso pode ser qualquer forma de rebelião verdadeira? (Fritz, 1983). Os valores políticos do sadismo são ofensivamente antifeministas, totalitários e direitistas. Sadomasoquismo é negócio como sempre; relações de poder como sempre; raça, gênero e classe como sempre. Sadomasoquismo é uma versão ritual de dominância e submissão. Sadomasoquismo não é um desvio criativo da norma comportamental heterossexual. É a exata definição qualitativa das relações entre homens e mulheres. Sadismo é a extensão lógica do comportamento que surge do poder masculino. (Wagner, 1982) Nós vivemos num mundo misógino, e mulheres têm tão pouco poder político, que é fácil fantasiar sobre absoluto poder pessoal do que com organização política por mudança. (Clarke, 1993). Muitas jovens lésbicas recentemente disseram pra mim que suas fantasias com sadomasoquismo eram sua “salvação” num mundo onde elas não veem qualquer possibilidade de obter poder real. Dykes sadomasoquistas jogam-atuam poder e prestígio num mundo que destrói qualquer esforço de organizar por poder real. O jogo-performance ajuda-nos a esquecer o quanto somos odiadas e prejudicadas. E esquecer é que é o real perigo.
(para contatar a autora escreva: mfarley@prostitutionresearch.com)Referencias:
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page 11.
Atkinson, Ti-Grace. Amazon Odyssey, 1974.
Brown, Jan. “Sex, Lies, and Penetration, a Butch Finally ‘Fesses Up,” Outlook, 1990.
Califia,Pat. “The Limits of the S/M Relationship,” in Outlook, Winter, 1992, pages 16-
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Clarke, De. “Consuming Passions: some thoughts on history, sex, and free enterprise,”
in Unleashing Feminism: critiquing Lesbian Sadomasochism in the Gay Nineties,”
(Irene Reti, ed.), 1993, HerBooks, Santa Cruz, CA.
Cole, Susan. Pornography and the Sex Crisis, 1989.
Dworkin, Andrea. Pornography: Men Possessing Women, New York, Putnam’s, 1979.
Dworkin, Andrea. Woman Hating, New York, E.P. Dutton, 1974.
Fritz, Leah. “Is there Sex after Sadomasochism?” Village Voice, Nov. 1, 1983, pages
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Linden, Robin R.; Pagano, Darlene R.; Russell, Diana E.H.; Star, Susan
Leigh (eds.) Against Sadomasochism, a Radical Feminist Analysis, 1982.
Millett, Kate. Sexual Politics, New York, Doubleday, 1970.
Morgan, Robin, Editorial, Ms., May-June, 1993, Vol. III, Number 6
Morgan, Robin. The Demon Lover: on the Sexuality of Terrorism, 1989
Reti, Irene. “Remember the Fire: Lesbian Sadomasochism in a post-Nazi
Holocaust World”, in Unleashing Feminism: critiquing Lesbian
Sadomasochism in the gay nineties, (Irene Reti, ed.), HerBooks,
Santa Cruz, CA.
Russell, Diana E. H. Against Pornography: the Evidence of Harm, Russell
Publications, 2018 Shattuck Ave., Berkeley, CA, 94704, 1993.
Wagner, Sally Roesch, in Linden, et al, Against Sadomasochism, 1982.