Skip to content

ASCO AO PÊNIS: É COMPREENSÍVEL, NÃO ‘FANATISMO

por rubyfruit2, traduzido por Jéssica Akemi

Nota de conteúdo: Esse post contem referências à misoginia internalizada, anti-feminismo, anti-lesbianismo e um monte de raiva ao feminismo radical lésbico.

Esse post é em resposta ao post do blogger ‘’stavvers’’ (link abaixo). Em sua casca, ele argumenta que ‘genitais’ não, ou não deveriam, importar para ninguém.

Se nós apenas pudéssemos ter um poder mágico e a violência iria embora, nós estaríamos livres do patriarcado sem demora. Esta é uma abordagem queer típica à supremacia masculina: ‘’poder e controle não existem SE NÓS DISSERMOS QUE NÃO EXISTE’’.O posto do blog pode ser lido aqui: (Isso foi feito por alguém que aparentemente se diz feminista. Se você É uma feminista atual, você ficará enfurecida no quanto é anti-mulher esse post):http://www.stavvers.wordpress.com/2014/06/04/shit-i-cannot-believe-needs-to-be-said-i-dont-dwell-on-your-genitals/

Vou começar colocando minhas cartas na mesa aqui. Eu não acredito em nada ‘natural’ quando isso vem em uma organização social de supremacia masculina. Tudo no mundo é dado social e politicamente significância para beneficiar os homens, como uma classe, à custa das mulheres, como uma classe. Sim, especialmente, o amado pênis. O pênis é o centro da supremacia masculina. Simbolicamente e realmente.O pênis tem sido usado pelos homens como uma arma violenta contra as mulheres por séculos. Por séculos, mulheres aprenderam que, se elas sentem asco, ou medo, do pênis, então há algo errado com elas. Elas necessitam terapia ou intervenção médica ou seus sentimentos serão ignorados em favor das ‘necessidades inatas’ dos homens (sic). Lésbicas têm recebido tratamentos de choque, por dias, por rejeitarem os homens e seus pênis. Essa é uma mentira do patriarcado estabelecido que as mulheres que estão em falta se elas rejeitam o pênis. Elas são ‘não-naturais’, egoístas, doentes ou loucas.Interessante, por alguém que os apresentam como ‘’interseccionalistas’’,

Stavvers apoia uma abordagem de modelo médico em relação a nossos genitais (veja o alcance dos escritos de mulheres feministas incapazes sobre o modelo social vs modelo médico e.g. Jenny Morrishttps://muse.jhu.edu/login?auth=0&type=summary&url=/journals/hypatia/v016/16.4morris.html).

Staverrs diz que a única razão para alguém se interessar nos genitais é para ‘assistência médica’ e até nisso ‘’para a grande maioria de nós, isso nunca virá a ser o caso’’.

Então… stavvers nunca leu, nunca ouviu, ou está completamente desinteressada nisso, no corpo do trabalho feminista que crítica como, debaixo do patriarcado, os homens se apropriaram do processo de parto (e.g.http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11251720). Mulheres são medicalizadas, ‘tratadas’ e comumente abusadas em nome da ‘medicina’ institucionalizada pelo patriarcado – tudo por possuírem seus genitais insignificantes e a habilidade de reproduzir.

Mulheres que não dão à luz são mais raras do que aquelas que dão (uma estimativa de 25% da população feminina do Reino Unidohttp://www.telegraph.co.uk/women/womens-life/9847642/Helen-Mirren-confronts-the-final-female-taboo.html). Isso significa que a maioria das mulheres experimentam o aborrecimento da intervenção masculina em relação a seus genitais em nome da ‘assistência médica’ (sic) durante o parto. Até mesmo as mulheres heterossexuais que não têm filhos sabem da invasão do contraceptivo designado por opiniões masculinas. Isso faz um absurdo o argumento dela que ‘’para a grande maioria de nós, (‘assistência médica’ para os genitais delas) nunca virá a ser o caso’’. A habilidade de reproduzir das mulheres é controlada e regulada pela supremacia masculina.

Genitais femininos – que possuem o poder sobre eles e como eles são caracterizados sobre a lei de supremacia masculina, especialmente comparados ao pênis – é uma questão central do feminismo. Por stavvers ter entendido mal esse ponto que ela reduziu isso ao ‘’essencialista’’, sendo difícil de acreditar. Nas terras queer, isso é uma deliberação comum, a manobra do feminismo radical é chamar a análise da conexão entre a reprodução e a opressão ‘’essencialista’’ feminina.Isso não é uma surpresa, especialmente para aquelas de nós que vêm observando esse mundo político às avessas dos ativistas queer/trans, que pressionam as mulheres a aguentarem o pênis na agenda queer. O fraco ‘’campo da esquerda’’ é a pressão que vem de um então chamado discurso de ‘esquerda’ ‘alternativa’ (com uma retórica revolucionária atraente, mas escorada por uma agenda incrivelmente conservadora). Ame o pênis senão você é uma fanática ‘’na maioria das vezes, isso é uma mulher cis (sic), que são basicamente apenas fanáticas!’’ http://stavvers.wordpress.com/2014/06/04/shit-i-cannot-believe-needs-to-be-said-i-dont-dwell-on-your-genitals/#comment-17415

Ela prossegue reduzindo a significância social e política do pênis, como sendo meramente sobre o que pode ser feito sexualmente – com ou sem o pênis – entre duas pessoas. Queer sempre reduz o feminismo a isso porque eles possuem uma política que é uma forma profundamente conservadora de individualismo. Como se, debaixo do patriarcado, nós pudéssemos apenas esquecer as estruturas de poder vigentes e focar apenas nos atos isolados de sexo, independentemente do que tem sido feito com eles ou por eles.

Com certeza, muitas mulheres conhecem o pênis em um contexto não consensual. Nós somos estupradas e abusadas sexualmente diversas vezes, e sabemos, portanto, que o pênis se iguala a uma arma violenta através de experiências pessoais. Mas, hey, nós somos apenas ‘’fanáticas’’. Entretanto, isso é aceitável para stavvers que um homem rejeite seu pênis por ‘’disforia de gênero’’, é algo diferente de fanatismo. ‘’Eu absolutamente posso vincular esses laços à disforia!’’ ela diz entusiasmada (e então continua chamando ‘’a maioria das mulheres cis (sic)’’ de fanáticas por nosso asco ao pênis). Observe, stavvers, sua identificação-masculina está se mostrando. Há um pouco de lesbofobia nisso. Ela diz que ela sabe que os homens pensam sobre sua ‘cunt’ (sic) [genital feminino] o tempo todo. Agora, ela está preocupada que as mulheres pensem demais sobre isso, pois assim ela não se sente segura também em espaços reservados às mulheres. Bem, bem, isso me soa parecido com um estereótipo, a lésbica predatória procurando pelas vaginas das mulheres para devorar. E sim, você, feminista revolucionária, você, as mulheres pensam sobre suas genitais o tempo todo. Você passou de mulher preocupada com sua segurança diante de homens a um salto sobre outra mulher obcecada com suas genitais?? Como assim??

Esse é um contador para a definição de lésbica que um pênis é envolvido. Muitas lésbicas e feministas radicais antes de mim chegaram nesse ponto. Eu incluo que tudo bem para qualquer mulher, seja qual for, rejeitar um pênis em um mundo onde o pênis tem um significado opressivo como uma arma de poder, controle e violência. Isso, querida stavvers, é feminismo básico. Que, seja lá o que você esteja expondo no post do seu blog, isso não é feminismo. Nunca o feminismo será sobre chamar mulheres de ‘fanáticas’ por rejeitarem homens.

Esse é apenas um argumento entre uma multidão deles sobre porque mulheres que rejeitam homens são chamadas ‘fanáticas’. E então, você deve estar se perguntando, ‘’Por que alguém daria a esse post de blog em particular algum tempo ou qualquer tipo de esforço?’’. Eu teria muita simpatia por essa perspectiva, seria realmente de se esperar… Ao menos que as feministas lésbicas radicais assistissem o que está acontecendo e falassem nossas verdades, anti-feministas, no corpo de ‘libertadores queer’, iriam refazer com sucesso uma agenda conservadora antiquíssima: mulheres devem aceitar homens – em qualquer forma ou corpo ou supremacia masculina presente – ou qualquer mulher será culpada ou punida. Essa é uma posição que manteve o patriarcado intacto por séculos – por que isso mudaria agora?

http://sisterhoodispowerful.wordpress.com/2014/06/07/penis-revulsion-its-understandable-not-bigotry/